domingo, 4 de março de 2012

En mi Buenos Aires querido - La Ciudad



Depois de pouco mais de dez dias en mi Buenos Aires querido, eis que já me sinto apto a arriscar-me em algumas linhas na descrição do que tenho achado dessa hermosa ciudad.

Buenos Aires foi fundada em 3 de Fevereiro de 1536 por Pedro de Mendonza, e posteriormente, em Junho de 1580, refundada por Juan de Garay. A cidade, localizada às margens do Rio de La Plata e com nome formal de Ciudad Autónoma de Buenos Aires, forma uma espécie de Distrito Federal, não fazendo portanto parte da província de Buenos Aires. A administração é Federal, e dessa forma, nada tem a ver com a administração da Província, que tem como capital a ciudad de La Plata.

A primeira coisa a me chamar atenção em Buenos Aires foi a quantidade impressionante de prédios históricos. E não falo apenas de edifícios que abrigam teatros, igrejas, museus, prédios do governo, etc., mas sim de prédios comuns, prédios que hoje são ocupados por restaurantes, cafés, livrarias, e outros comércios. Um patrimônio muito distinto do que se vê em Florianópolis. Primeiro porque as construções históricas de Floripa estão muito restritas a determinadas áreas, como o Centro ou o Sul da Ilha, e segundo, pelo tamanho e imponência das construções. Na Ilha, o mais comum são pequenas construções, de origem açoriana, que são caracterizadas por sua simplicidade além de cores vibrantes. Aqui não, o que mais se vê são edifícios que segundo Isabela, a brasileira estudante de Artes hospedada no mesmo Hostel que eu, pertencem ao neoclassicismo, estilo cheio de detalhes. Todas essas construções dão realmente um ar europeu à cidade. Ar que deve se acentuar ainda mais en el invierno porteño.

Para nós, brasileiros, também chama muito atenção na capital argentina, a simetria das ruas. Enquanto no Brasil a grande maioria das cidades cresceram descontroladamente, Buenos Aires, em geral segue uma certa simetria de ruas, horizontais e verticais, que geram quadras quase sempre com o mesmo tamanho, assim como idealizado por seu refundador, Garay. Dessa maneira, há uma curiosa forma de se localizar. No lugar de se usar como referência o nome da rua e o número do local, se prefere utilizar os nomes das ruas que formam esquina. Por exemplo, eu estou no Hostel Sabático, que fica na Calle (Rua) México, 1410, mas quando alguém me pergunta onde moro, digo que estou en México y San José, que é a esquina em que fica meu Hostel. Essa é uma forma de localização que simplifica muito o deslocamento pela cidade. Sabes que seguindo por qualquer rua, num único sentido, cruzarás sempre as mesmas ruas transversais.

E é cruzando pelas ruas de Buenos Aires que se poderá perceber como é frequente encontrar cafés, pizzarias, restaurantes e livrarias, o que torna ainda mais agradável um passeio pela cidade. Sempre topamos com algo diferente, seja uma livraria que não havíamos visto, um restaurante com preços atrativos ou ainda um dos inúmeros cafés. Percebemos também o amor do porteño pelos cães. É muito comum encontrarmos os habitantes da cidade passeando com seus animais de estimação. Apesar de muito fofo, isso traz uma consequência não muito boa, haha... a abundância de cocô de cachorro nas ruas da cidade, e digamos assim, aires no tan buenos, haha...

Fezes a parte, não poderia terminar esse post sem mencionar a gigante Avenida 9 de Julio. Tendo sua construção iniciada em 1936, e com seus 140 metros de extensão, é uma das avenidas maiores do mundo. Corta Buenos Aires del Norte al Sur, e é um ponto de referência para localização, além de uma das principais vias de deslocamento da cidade. Possui 5 pistas de cada lado do canteiro central, além de mais duas avenidas paralelas. Atravessar por ela é quase um exercício de paciência. Com toda sua largura, e quantidade de semáforos para pedestres, é impossível atravessar sem ter que parar no meio do caminho para esperar o sinal abrir. Mas nada que uma olhadinha para o Obelisco (acima, ao centro) ou para os retratos de Evita no Edifício do Ministerio de Salud não torne mais agradável.

Para encerrar, uma descrição das fotos acima, tiradas por mim. A la izquierda, la Casa Rosada y la Plaza de Mayo, localizadas no microcentro de Buenos Aires e sede do Governo Nacional da Argentina. Al centro, como mencionado anteriormente, o Obelisco, monumento localizado no primeiro lugar onde se hasteou a bandeira argentina. E por fim, a la derecha, uma vista da fachada do prédio del Banco de La Nación Argentina, banco totalmente estatal, fundado em 1891 e que tem sua sede localizada também na Plaza de Mayo.

Bueno, por hoy es solo. ¡Hasta Luego!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

En mi Buenos Aires querido - La Comida


¡Hola, Chicos!

Bom, depois de alguns dias de poucas atualizações, mas de muita novidade, decidi postar no blog. De agora em diante penso em abandonar o formato "diário" e passar a escrever sobre temas que me vão aparecendo nesse tempo que estarei em terras porteñas.

E para inaugurar esse novo formato, decide começar por algo para deixá-los com água na boca: a Comida porteña.

Bom, empiezo hablando de los costumbres de acá, os costumes com o comer. Começo com o curioso fato de os argentinos dificilmente misturarem tipos diferentes de comida. Em geral eles comem alguma carne e só um tipo de complemento. Pelo menos foi o que me pareceu até agora. Os acompanhamentos das carnes mais comuns são batatas fritas ou purê de batata; algumas vezes há arroz. Uma amiga brasileira, hospedada no mesmo Hostel que eu, teve que pagar mais caro para que misturassem arroz com batata, e ainda enfrentou o olhar de desaprovação dos argentinos das mesas ao lado, haha.

Outros dois hábitos que me chamara atenção foram o consumo excessivo de carnes e doces. Eu e Isabela, a brasileira, pedimos na segunda (feriado da bandeira aqui) uma Parrillada. Pagamos 86 pesos argentinos, algo como 35 reais, mas dividimos em dois. Almoçamos, e ainda tem carne na geladeira suficiente para que comamos mais uma vez, cada uno de nosotros. A variedade de carnes era incrível, e de vísceras também, haha. Havia de todos os tipos, fígado, tripas, e a famosa morcilla. O sabor das carnes era incrível também, mas havia muito mais carne do que o complemento, que no caso era batata frita. Era como se no Brasil ao invés de comermos arroz com carne comecemos carne com arroz.

E o que falar dos doces? Em todos os lados, todas as ruas, o que mais se vê são padarias e confeitarias com vitrines cheias de doces, tortas, guloseimas e os famosos alfajors. É mais fácil encontrar um café ou confeitaria do que um restaurante. Mas os doces mais do que mercessem esse posto de mais procurados. Os alfajors mesmo são incríveis. Como todo estrangeiro recém-chegado, fui logo comprando alfajor Havana. São bons, comprei uma caixa com 6 sabores distintos, 32 pesos, algo como 14 reais. Mas os que me pareceram mais incríveis até agora foram os Milka. Havia um alfajor com três camadas de recheio e que era composto por uma espécie de bolacha de chocolate ao invés dos comuns pães de mel. A foto no início do post é desse delicioso doce.

Ótimas também são as empanadas. Se parecem com os calzones brasileiros, mas a massa é muito mais massia. Até agora comi as de frango, carne, queijo e queijo com presunto. A de frango (pollo) é de longe a melhor.

Enfim, meu paladar ainda há de se aventurar muito mais pela cozinha porteña. Quanto tenha experiências novas, lhes contarei sobre. Até lá, sigo escrevendo posts temáticos. Em breve falarei da cidade de Buenos Aires, do Hostel onde estou, dos preços daqui, da Faculdade, enfim, mucho más.

¡Hasta Luego!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

En mi Buenos Aires querido he llegado


Pronto. Cheguei. Depois de uma manhã de voo, conexão em Porto Alegre, muita ansiedade antes de embarcar e demora com as burocracias no desembarque na Argentina, he llegado en mi Buenos Aires querido.

Peguei um taxi e vim em direção ao Hostel. Taxista simpático, inclusive disse que meu espanhol era bom, haha. Fomos pela Autopista, pude ver as Villas-miséria, as favelas daqui. Cambia el país, pero no cambian las cosas, el subdesarrollo se mantiene. Logo entramos na Avenida 9 de Julio e suas várias pistas. Passei ao lado do Obelisco. Ali havia uma estrutura montada para o que seria a festa de carnaval. Mas devido ao acidente com trens que aconteceu no dia anterior, a festa foi cancelado. Foi nesse momento que fiz mentalmente minha primeira comparação com o Brasil. Aqui morreram 50 pessoas e o Carnaval foi cancelado. Quantas seria necessário para que isso acontecesse no Brasil??

Brincadeiras a parte, o trajeto do Aeroparque até a Calle México, 1410, ou México y San José, como chamam os argentinos, que é onde fica o Hostel onde estou, é muito bonito. A quantidade de prédios históricos por aqui é gigante, assim como as referências ao país: bandeiras, cartazes, além de pixações com teor político.

Después, que cheguei no Hostel, fui dar uma volta e almoçar com Isabela, uma brasileira que estudará Artes aqui na UBA e que está hospedada no hostel também. Comemos Costilla con papas fritas. Minha primeira descoberta sobre a cozinha argentina. Aqui eles dificilmente misturam as comidas como fazemos no Brasil, com arroz, feijão, macarrão, farofa, enfim... É carne com arroz, ou pure ou ainda batatas fritas.

Bom, no finzinho do dia, me encontrei com Walther, um amigo argentino. Foi melhor que um guia turístico. Conheci San Telmo, Puerto Madero, a Casa Rosada, o Banco de La Nación Argentina, que é o Banco Central daqui, e muito mais. Só tive como tirar fotos de Puerto Madero porque logo escureceu. Mas esse foi um primeiro passeio de muitos que virão. Há muito mais a se explorar no país de Gardel.

Termino por aqui. Acima, uma de minhas fotos em Puerto Madero, um antigo porto em situação precária que acabou sendo revitalizado nos anos 1990, e hoje constitui uma das áreas mais nobres da Capital, com um dos metros quadrados mais caros.

¡Hasta mañana!



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

En mi Buenos Aires querido llegaré el 23 de Febrero

Último dia no Brasil. Malas feitas, passagens na mão, e ansiedade para dar e vender.

Depois de passados tantos dias desde que me inscrevi na seleção para o intercâmbio na Universidad de Buenos Aires (UBA), finalmente chega meu último dia no Brasil.

Amanhã (23/02) às 13:05 desembarcarei no Aeroparque Metropolitano Jorge Newbery. Ao lado do Rio de La Plata, e há 8 km do hostel onde ficarei hospedado durante esse semestre, esse é o aeroporto porteño dedicado principalmente aos voos domésticos. São poucas as linhas aéreas internacionais. As exceções são os voos vindos do vizinho Uruguay, e alguns poucos do Brasil e do Chile. Dei sorte. O outro aeroporto, Ezeiza, fica há 35 km da cidade. Assim, chegarei em pleno início da tarde porteña e ainda poderei desfrutar muito das belas paisagens dessa cidade.

Mas enquanto o amanhã não chega, me resta ficar acompanhado da ansiedade, além de aproveitar esse último dia ao lado da minha família. Esse dia é o ápice da mistura de sentimentos que venho sentindo desde a minha seleção para o intercâmbio. Sinto uma mistura de felicidade e ansiedade pelo que virá, e da saudade pelo que fica. Saudade dos amigos, da família, da UFSC, de Floripa...

Mas agora não é hora de pensar nas saudades do que fica, mas sim na felicidade pelo que vem.

Abaixo segue um dos inúmeros vídeos que tenho visto sobre as belezas da Capital Porteña:




Me despeço com este vídeo, e espero que gostem. Até amanhã, até a Argentina!